segunda-feira, 2 de julho de 2012

A PRINCESA PERDIDA


ANDO NUMA BUSCA MEIO FRENÉTICA PARA LIVROS QUE FALEM UM POUCO SOBRE A ÍNDIA...
ESSE LIVRO FALA BEM POUCO DA CULTURA OU DO PAÍS. MAS CONFIRMA A GRANDE DIVERSIDADE CULTURAL DAQUELE PAÍS.
O LIVRO É BEM TRANQUILO DE LER. NÃO É UMA LEITURA IMPERDÍVEL, MAS É BOM!



E se um dia você descobrisse que seu pai não é aquele que você sempre pensou que fosse? Esse é o ponto de partida para a viagem interior – e geográfica – de Maha Akhtar no livro autobiográfico “A princesa perdida”. Parece ficção, mas não é. É história de vida, história real.
Em “A princesa perdida”, a jornalista e escritora libanesa Maha Akhtar conta de uma maneira intimista, apaixonada e extremamente franca a sua busca interior, suas reflexões e emoções quando, aos 41 anos, tomou conhecimento de quem era o seu verdadeiro pai. Para a sua surpresa, um marajá indiano.
A narrativa de Maha, sempre confessional, em primeira pessoa, começa com a sua chegada ao leito de morte da mãe, Zahra, em estágio terminal de câncer, em Beirute. Além da dura missão de se despedir da matriarca, a autora vai à sua cidade natal com outro objetivo doloroso em mente: pedir a Zahra que lhe revele quem é seu verdadeiro pai.
Maha acaba descobrindo ser descendente de uma família real da Índia. Ela era, então, uma verdadeira princesa: filha de um marajá indiano e neta de Anita Delgado, a famosa bailarina espanhola que, no início do século XX, foi casada com o riquíssimo Jagatjit Singh, marajá de Kapurthala, avô de Maha. Essa famosa história de amor foi contada pelo autor espanhol Javier Moro no livro Paixão Índia, lançado em 2006.
A partir dessas revelações, o leitor acompanha a trajetória de Maha em busca de um passado até então desconhecido. Ela chega a conhecer alguns de seus parentes indianos em Nova Déli e em outros locais da Índia. Nessa viagem, percebe-se que a autora e protagonista luta para resgatar o controle de sua vida – que naquele momento encontrava-se aos pedaços, profissional e afetivamente. Afinal, ela acabara de perder o emprego de que tanto gostava e estava em plena crise no seu relacionamento com o namorado de anos.
Maha também se dá conta de que passara da hora de aprender a perdoar, verdadeiramente, sua mãe (por ter escondido o segredo por tanto tempo) e também o pai que a criara, com quem tivera uma relação bastante conturbada. Ela nos revela ainda como aprende a valorizar a família de sua mãe e todas as mulheres que sempre estiveram ao seu lado nos piores momentos, como sua tia Hafsa ou a “tia” Nilofer, uma antiga minha de sua mãe.
Em 2010, a jornalista já havia narrado a descoberta de suas origens em “A neta da Maharani”. A diferença agora, em “A princesa perdida”, é que ela fala de todas as emoções por trás dessa surpreendente história de vida. Deixa de lado a visão jornalística e objetiva para dar vazão aos seus sentimentos mais íntimos, alguns quase inconfessáveis, expondo com sinceridade seu diário de vida.

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